terça-feira, 19 de junho de 2018

Respeitem as Mina

Respeitem as Mina. 
Uma mulher em construção!

Olá pessoal!

Como falei no post passado eu estou morando na Espanha, moro na Galícia e desde que cheguei aqui percebi um movimento super forte e organizado que luta contra a violência de gênero e em especial a praticada contra as mulheres. Vejo meninas super jovens envolvidas nos movimentos sociais, as manifestações sobre o dia internacional das mulheres que aconteceu aqui foi notícia no mundo inteiro e isso me faz pensar ainda mais sobre esse assunto.

Este ano minha enteada fez 12 anos e agora ela não é mais uma menininha, ela esta mudando muito rápido, seu corpo, seus gostos, interesses … e isso me faz pensar nessa mulher em construção, nas coisas boas e ruins que ela vai conhecer sendo uma mulher. Confesso que pensar nisso me causa uma certa angustia.

Não existe nenhuma mulher que, em algum momento da vez na vida, não tenha passado pelo constrangimento de um assedio ou uma discriminação, entre outras tantas coisas.

Outro dia eu estava num trem voltando de Madrid, uma viagem de 08 horas, e num determinado momento dois passageiros homens, por volta dos seus 40 anos, que estavam ao meu lado, ligaram para suas filhas para dizer que estavam em transito e mandar recados para as respectivas mães, logo em seguida começaram a conversar sobre as meninas. Ambos tinham filhas com idade 12 anos e eu fiquei prestando atenção no papo.

Eles falavam que o corpo delas estava mudando e de como era engraçado ver aquela menina com peitos e bundas grandes (entre outras abobrinhas), eles falavam que brincavam com esse assunto com elas e que elas ficavam bravas e constrangidas. Triste ver que eles se divertiam com um assunto tão sério.

Ouvindo tudo aquilo entre outros tantos milhões de pensamentos, que não vou entrar no mérito da questão agora, me surgiu a seguinte reflexão: Por mais que tenhamos pais extremamente amorosos e presentes, quantas vezes, a primeira atitude machista na vida de uma menina, é vivenciada em casa e é vinda do próprio pai ?!?!?

Lembrei então, da primeira vez que eu senti vergonha relacionada ao fato do meu corpo de menina estar se transformando em mulher. Foi na minha primeira menstruação. Meu pai ficou tão feliz que foi ao bar da esquina que ele frequentava e contou para os seus amigos, e quando eu passei na frente do bar para ir ao parque brincar eles me “parabenizaram”, foi a primeira vez na vida que eu quiz desaparecer instantaneamente por sentir vergonha do meu corpo.

Hoje em dia eu, uma mulher supostamente madura, entendo meu pai , sou filha mais velha , ele ficou emocionado, com certeza não fazia a menor ideia da exposição e da invasão de privacidade da sua atitude.

Temos que refletir sobre a construção da identidade corporal das nossas crianças e estar atentos a sua intimidade, isso cabe aos adultos entenderem.

Resolvi escrever isso porque podemos ter atitudes invasivas e desrespeitosas sem preceder.

Meu marido é um pai muito discreto e sensível, desde antes dessas mudanças corporais que minha enteada esta passando já conversávamos sobre isso, porém, muitos homens seja pelo tipo de criação, cultura ou até mesmo um pouco de falta de sensibilidade, podem não perceber o quanto expõe seus filhos (em especial suas filhas), com comentários, deboches ou atitudes, num momento da vida não muito apropriado para esse tipo de situação.

Resumo da ópera, os dois moços do vagão do trem levaram uma palestra de 01h30min da Boadrasta inteiramente de graça, com direito a profundas reflexões e ainda tivemos lágrimas de remorso e arrependimento no final. Com certeza eles não desceram do trem da mesma forma que entraram. Espero que eles consigam enxergar de uma maneira mais respeitosa e responsável suas filhas , essa mulher em construção.

Srs Papais fiquem atentos e RESPEITEM AS MINAS (E OS MINOS TAMBÉM)!

Bom, por enquanto é isso.

Conforme os assuntos e inspirações vierem eu volto aqui !

Até breve.

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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Ano e meio sabático + mudança de país !

Queridos leitores, faz um tempinho que não apareço por aqui, abaixo eu explico o porque. 



Muita, mas muita coisa mesmo mudou na minha vida do meu último post pra cá.

Uma breve resumida na ópera do motivo de sumir do blog por um ano e meio.

Na última semana de 2016 faleceu, de aneurisma, uma prima que era como se fosse minha irmã, ela era apenas 02 anos mais velha que eu, tinha 02 filhos, um marido apaixonado e eu fiquei muito abalada com essa perda. 



Na volta das férias coletivas fui demitida do meu trabalho, comecei então, sem perceber, um ano sabático.

O início desse ano sabático foi passar 02 meses com meu marido viajando entre Portugal e Espanha. E nessa peregrinação (peregrinação literalmente pois fizemos o Caminho de Santiago) decidimos mudar de vez a nossa vida, resolvemos mudar para a Espanha. 



Voltamos ao Brasil e demos início ao processo. 

Foi extremamente intenso e emocionalmente.

Minha enteada, que sempre viveu uma guarda compartilhada, participou de tudo junto com a gente, de cada detalhe e de uma forma muito parceira. 



Desmontamos a casa onde moramos nos últimos 08 anos. Tinha muito brinquedo, roupa e tranqueiras em geral, que ela fez questão de doar para as crianças refugiadas da Síria de um projeto que eu participava como voluntária. 


Precisamos encontrar uma boa familia para doar nosso cachorro, um Border Colie, pois minha enteada mora num apartamento muito pequeno e não pode ficar com ele. 



A mãe da minha enteada também foi fundamental durante o processo de desmontar as coisinhas dela, em dar um suporte emocional para que ela se desapegasse das coisas que estavam em excesso. 

A vida dela também precisou de uma adequação de horarios  e rotinas.

Já estamos na Espanha praticamente à 06 meses, meu marido mantém a rotina de falar com a minha enteada todos os dias antes e depois da escola, acompanha o conteúdo das aulas, ajuda a estudar para provas e se mantém diariamente presente, apesar da distância.



Sinto uma enorme saudade do nosso cotidiano, cozinhar, brincar, assistir filme e vê-la crescer.

No mais daqui há poucas semanas ela estará aqui passando as férias, conhecendo um novo país e novas culturas.


Por enquanto é isso, vou postando conforme os assuntos forem aparecendo nessa nova fase.

Ate o próximo post.

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Aniversário do blog / Feliz Natal


 
Dezembro é mês de festa aqui no Blog !!!!!

Agradeço a cada um de vocês pela confiança e a companhia de cada um nesses três anos.

Esse blog tem a proposta de refletir sobre temas pertinentes a muitas famílias que vivem o universo de um segundo casamento ou relacionamentos com filhos de relacionamentos anteriores envolvidos, nosso espaço conta com novos integrantes a cada dia a todos vocês são muito bem vindos.

Aproveito para desejar a cada família um Natal de respeito, amor, alegria e paz.

Grande abraço a todos.

Yara

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A presença da ausência


A presença da ausência de alguém que amamos é um dos sentimentos mais fortes e incômodos que podemos sentir, principalmente se essa pessoa está viva e saudável e é uma escolha dela essa ausência. Por exemplo, existem pais que passam anos sem ver seus filhos, muitos natais sem contato, sem uma visita, sem a presença… só a ausência.
Talvez, para esses pais, pode até parecer normal não entrar em contato ou não se esforçar para um encontro, pode ser que pensem que sua presença não seja importante suficiente para que sua ausência seja notada, mas saibam, seus filhos sentem profundamente essa ausência.
O Natal é a época do ano onde geralmente esse sentimento de ter quem se ama por perto se faz mais forte. Todo filho (não importa a idade) espera que seu pai apareça no Natal porém, muitas dessas crianças não tem esse sonho realizado.
E nesse momento tão delicado cabe as mães lidar com as expectativas e frustrações de seus filhos, tentar minimizar um pouco esses sentimentos, muitas tentam falar com o pai de seus filhos, quase sempre sem sucesso.
Tenho uma amiga que o pai da filha faz isso constantemente, marca e não aparece. Para deixar mais desconfortável a situação a filha, ela faz aniversário dia 26 de dezembro. Depois de muitos furos, muitos natais com a presença da  ausência,  minha amiga decidiu que toda vez que o pai marca um encontro ela não conta para a filha com antecedência, só conta horas antes do encontro caso aja confirmação. Este ano sua filha completa 15 anos, data muito importante e considerando o histórico de ausência do pai de sua filha,  minha amiga providenciou passar o Natal e Réveillon numa viagem dos sonhos de qualquer garota –Disney.
Se você é pai e está lendo esse post, entenda, você é muito importante para seu filho independente de qualquer situação.
Muito complicada também é a ausência dos pais decorrente de uma situação de alienação parental, onde sordidamente o filho é privado de um contato extremamente desejado. Sei que é muito difícil viver essa situação, meu conselho a esses pais é que não se apeguem a data em si, guardem carinhos, presentes e declarações de amor para a primeira oportunidade que tiverem juntos, faça o Natal de vocês fora de época mesmo, faça ser divertido e tenham comemorações em dobro. Sei que não é exatamente igual mas pode ser gostoso também. E não deixem de falar para seus filhos o quanto eles são importante para vocês.
Espero que esse post ajude aos pais ausentes a entenderem sua importância principalmente nesse momento de festas e que ajude também famílias a se organizarem nesse período de festas levando em consideração os sentimentos de seus filhos.
Beijo e até o próximo post.

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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Educação começa em casa

Já  tem um tempo que eu tenho vontade de escrever um post sobre educação .
E em tempos onde a educação está sendo tão questionada e diria até ameaçada, é importante assumirmos cada vez mais nosso papel como educadores dentro de nossa casa, acompanhar e ajudar nossas crianças nesta parte tão preciosa da vida que é a fase escolar.

Sei que muitos pais (e principalmente mães) não tiveram a oportunidade de avançar muito nos estudos, e talvez não se sintam capazes de acompanhar os filhos em seu universo escolar, porem vocês precisam saber que o simples interesse em saber o que eles estão aprendendo já é valido. Tem assuntos que minha enteada aprende que eu não sei ou não lembro e nos divertimos enquanto ela me ensina.

Como vocês sabem vivemos uma guarda compartilhada em nossa família, minha enteada vem para minha casa geralmente em dias alternados, pelo menos 3 dias da semana ela dorme aqui.

Ela é uma menina muito inteligente, esforçada e o resultado são suas boas notas. Meu marido e a mãe dela sempre separam tempo para estudar principalmente perto das provas , acompanham as lições de casa e conversam sobre os assuntos que ela aprende. Meus horários não batem com os horários que ela tem para estudar, então raramente estudo junto com ela.

É importante a madrasta ajudar, principalmente se ela tem tempo e conhecimento para isso, entendo que todos da família podem participar desse processo de aprendizagem. 

Outro dia eu estava na cozinha fazendo o jantar e minha enteada estudando historia (minha matéria preferida) , libertação da escravatura, conversando percebi que ela não ia estudar a influencia dos imigrantes. Perguntei e ela disse que não ia cair na prova e focou os estudos na guerra do Paraguai. Quanto ela acabou eu falei que achava estranho não cair a influencia dos imigrantes e comecei a contar para ela como se fosse o resumo de um filme como eles foram importantes , etc, etc. Reforcei bem os países em questão. No dia seguinte quando ela saiu da escola me ligou para falar que eu salvei ela, que caiu a mão de obra imigrante e não caiu a guerra do Paraguai ! kkkkkk

Me senti super bem em poder ajudá-la e participar dessa memória escolar que ela vai guardar para a vida toda.

Outro exemplo da importância dessa interação com as crianças aconteceu com uma amiga que percebeu que o enteado dela poderia ser disléxico estudando com ele (foi confirmado o diagnostico posteriormente). Se seu enteado é disléxico as vezes só uma mudança na forma de estudar já ajuda bastante.

A escola tem um papel essencial na formação de nossas crianças, porem quem solidifica mesmo a base do aprendizado é a família. 


Abaixo algumas dicas sugeridas por uma pedagoga e mãe de 02 filhos para os estudos com os filhos, enteados, crianças, sobrinhos ... Toda criança merece atenção neste momento:

- Sempre olhar os cadernos, pois mesmo que não tenha a lição de casa o assunto que foi discutido em sala de aula deve ser comentado em casa, pois reforça o que foi falado em sala de aula e ajudo o aluno a não esquecê-lo;
- Procure separar um tempo para que esse momento de estudo faça parte da rotina,  a criança irá se acostumar e quando tiver autonomia fará suas tarefas sozinha;
- Quando adolescente,  já autônomo procure perguntar do dia na escola, as novidades e quais os assuntos os professores tratam nas aulas, exemplo fatos históricos isso rende boas discussões. Seu filho poderá conhecê-lo melhor, saber sua opinião em determinados assuntos, assim como você saberá o que ele pensa, isso fortalece a relação com o adolescente;
- É interessante também buscar junto com as criança/ adolescente na internet sites de educação e vídeos no youtube sobre as matérias dadas, assuntos afins pois além de reforçar o que foi feito na escola demonstra o lado bom e interativo da Internet.
Helenice Gomes dos Santos, Professora de Arte Formada pela Faculdade de Belas Artes De São Paulo, Pedagoga Pela Uninove, Pós Graduada em Gestão do Currículo para Coordenadores pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Pós graduada em  Docência do Curso Superior pela Faculdade de Conchas, Especialização em Alfabetização.

Dicas para estudos com crianças já diagnosticadas com dislexia:
-  O ambiente de estudo deve ser adequado às necessidades do portador de dislexia, que podem variar de uma pessoa para outra. Enquanto alguns disléxicos preferem estudar ouvindo música e se concentram melhor, outros gostam de escrever no chão ao invés da escrivaninha;
- Portadores de dislexia possuem ritmo diferente dos não disléxicos, e por isso não é saudável submetê-los à pressão de tempo;
- Use uma linguagem objetiva e o mais clara possível, especialmente ao passar instruções;
- Durante a comunicação, fale olhando diretamente para ele. Isso facilita a concentração na conversa.

Beijo e até o próximo post.

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domingo, 14 de agosto de 2016

Alienação Parental - Aspectos pscológicos


Esse post pretende ser um breve panomara do que é a Síndrome de Alienação Parental (SAP). Para isso separei 10 perguntas e contei com a ajuda da Dra. Ana Cristina Monteiro de Barros de Sena (currículo abreviado no final do post)

1) O que é Alienação parental (como ela se caracteriza)?
 Na década de 80 Richard Gardner, psiquiatra norte-americano, conceitua a Síndrome de Alienação Parental (SAP) como um distúrbio que acomete, principalmente, menores de idade envolvidos em situação de disputa de guarda entre genitores. "Nesse distúrbio vemos não somente a programação (“lavagem cerebral”) da criança por um genitor para denegrir o outro, mas também contribuições criadas pela própria criança em apoio à campanha denegritória do genitor alienador contra o genitor alienado" (Gardner, 2002). O termo Síndrome de Alienação Parental é usado para abranger a combinação desses dois fatores, os quais contribuem para o desenvolvimento da síndrome. 

2) Que tipo de sintomas uma criança que vive a alienação apresenta?
Richard Gardner, autor do conceito de Síndrome de Alienação Parental (SAP), elenca alguns diagnósticos do DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais - Quarta Edição) que são mais comumente aplicáveis às crianças com SAP (297.3, 300.15, 309.21, 312.8, 313.9), entretanto, para explicar de uma maneira mais simples, elas poderão apresentar quadros de agressividade, tanto com pessoas, quanto com animais, comportamentos destrutivos com bens e objetos, pequenos furtos, e mentiras para levarem vantagem; ansiedade de separação de figuras importantes em suas vidas, levando-as a não quererem sair de casa, faltarem às aulas, restringirem convívio com outras crianças, etc; e alterações de humor, podendo ficar deprimidas e/ou ansiosas.

3) Que consequências essa criança pode ter quando adulta por viver a Alienação Parental na infância ?
Não é possível determinar as consequências futuras para crianças/adolescentes acometidos pela SAP, pois muitos fatores influenciam a trajetória de vida dos indivíduos. Todavia podemos pensar, por exemplo, no agravamento dos diagnósticos descritos acima, influenciando na auto percepção e nas relações estabelecidas com o outro e com o mundo. 

4) Uma criança ou adolescente que perceber que está vivendo a Alienação pode se defender dessa situação de que forma? 
O ser humano é o único animal cuja dependência para viver e se desenvolver estende-se por um longo período do ciclo de vida. Sendo assim, crianças e adolescentes necessitam da presença de adultos responsáveis para um desenvolvimento biopsicossocial (biológico + psicológico + social) saudável. Partindo desta condição, dificilmente aqueles que são acometidos pela SAP tem compreensão e clareza deste contexto para se defenderem. Simplesmente sofrem. Para tanto, é imperativo que familiares ou pessoas da comunidade intervenham para ajudar e proteger.
5) Que tipo de atitude o pai/mãe que está sendo alienado junto com o filho pode ter para proteger relação deles?
Deve buscar o suporte jurídico e psicológico necessários. 

6) Que tipo de suporte psicológico os pais que são alienados podem contar?
Poderão recorrer ao atendimento psicológico oferecido nos serviços públicos de saúde (Unidades Básicas de Saúde - UBS) ou à psicoterapia particular. 

7) De que forma uma escola que percebe que um aluno está vivendo a alienação parental pode ajudar essa criança?
A alienação parental é marcada por conflitos entre genitores, que envolvem os filhos no intuito de atacar, agredir ou punir um ao outro. Interferir diretamente nessa relação pode potencializar ou até mesmo agravar a situação. Portanto, a melhor forma de ajudar uma criança/adolescente é procurar o Conselho Tutelar ou a Vara de Família na comarca da cidade, relatando o que está acontecendo. 

8) O que você pensa sobre a tendência de alguns juízes da vara de família em determinar que a guarda da criança seja compartilhada em casos de Alienação?
A guarda compartilhada deveria ser adotada como modalidade principal de guarda nos casos de separação conjugal, pois a convivência de crianças/adolescentes com ambos os pais potencializa seu pleno desenvolvimento. Partindo desse pressuposto, considero um equívoco do legislador tê-la incluído como sanção nos casos de alienação parental.

9) Que tipo de atitude poderia ser tomada no momento da separação que possa evitar que um processo de alienação parental se inicie?
Creio que uma boa alternativa seja o estabelecimento da guarda compartilhada, como forma de garantir a ampla convivência com os genitores, bem como co-responsabilizando ambos para que participem de todas as situações de vida dos filhos.
10) Alguma dica para as crianças e pais que estejam vivendo essa situação?
Difícil pensar em uma dica para dar às crianças/adolescentes, pois eles representam o lado mais frágil da tríade, bastante suscetíveis à manipulação. Entretanto chamo a atenção dos pais, para que não percam de vista que a convivência com ambos os genitores é um direito, e que não devem colocar questões/conflitos do (ex)casal acima do bem-estar de seus filhos.


OBS: Este Post contou com a prestimosa ajuda da pscóloga Ana Cristina.

Ana Cristina Monteiro de Barros de Sena é psicóloga, pós-graduada em Psicopatologia e Saúde Pública, já atuou em clínica particular, e hoje trabalha na área social, com foco em violação de direitos de crianças e adolescentes.



Beijo e até o próximo post.


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segunda-feira, 25 de julho de 2016

EXPECTATIVA X REALIDADE


Do latim exspectare, a palavra expectativa também é utilizada para designar a condição de alguém que tem esperança em algo que foi baseado em promessas ou visibilidade de se tornar realidade.
O sentimento de expectativa só pode existir na ausência da realidade, ou seja, quando o objeto que motiva a expectativa ainda não se tornou viável e real, sendo apenas uma condição presente no desejo de posse do indivíduo, por exemplo.
Outra característica necessária para que possa existir a expectativa é a previsão, informação ou condição que sustente esta esperança, caso contrário a chamada "expectativa" não passaria de uma "ilusão" ou utopia.
(o texto acima foi extraído do site http://www.significados.com.br/expectativa/ )


         Esse post propõe uma reflexão sobre como lidar com nossas expectativas diante da nossa realidade.
         Somo humanos , falhos e muitas vezes é difícil separar nossas expectativas de nossa realidade.
         Essa semana uma amiga viveu uma grande decepção e escutando seu relato resolvi escrever sobre esse tema.
         Vou chamar minha amiga de “Maria”, seu marido de “José” para preservá-los.
         Maria (38 anos), mora com José (50 anos) há 06 anos e se tornou madrasta de uma linda enteada de 08 anos. José não queria casar no papel novamente e ainda assim a Maria sempre achou que com o tempo ele mudaria de idéia.
         Maria, como a maioria das mulheres, queria ser mãe e José não queria mais filhos e sempre deixou isso muito claro, essa diferença de desejos sempre foi conhecida por amigos e parentes, porém Maria nunca desistiu de seu sonho e confiante tentou fazer com que José mudasse de idéia.
         A relação entre ela e a enteada sempre foi de muito respeito, afeto e ternura, em contra partida, não mantinha nenhum contato com a mãe da enteada, ambas nunca se esforçaram para se falar, embora a enteada passasse praticamente todos os finais de semana  e feriados com o pai (e com a madrasta).
         Essa semana José, que vive sua crise dos 50, decidiu e fez uma vasectomia.         
         Maria se viu com a realidade nua e crua em sua frente, não poderá realizar seu sonho com José. A realidade confrontou a expectativa, e isso gerou uma grande frustração em seu coração.
         Ela me procurou para conversar porque estava muito angustiada ao ver que estava ficando com raiva da enteada, já que sempre acreditou que a enteada seria a irmã de seu filho. O sonho de ter um filho foi realizado por José e não por ela. Conversamos e ela acalmou seu coração, percebeu que embora tivesse criado muitas expectativas a realidade era muito diferente. Seu amor pela enteada existe, afinal é uma criança encantadora e que a relação delas pode ser “validada” no amor.
Essa família ainda tem um longo caminho para gerenciar essa crise. Estou torcendo por eles.
         As vezes a nossa expectativa se torna tão grande que cobre completamente a realidade, muitas vezes na relação de um segundo casamento ou um relacionamento com alguém que tenha filhos nós criamos expectativas que não estão em harmonia com os sentimentos de nossos companheiros. Nesse tipo de relacionamento escutar, enxergar e perceber o outro como ele realmente é pode ser a grande chave do sucesso.
         Beijo e até o próximo post.

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