quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A ex dele não me aceita.

Vamos conversar sobre a resistência dela em nos aceitar ?!?!?
Esse tema foi sugerido no facebook e eu escuto muitas reclamações nesse sentido.


Para começar eu vou voltar ao ponto “analisando o pacote”. Sempre que escolhemos nos relacionar com alguém que tem filhos, temos que analisar se damos conta do pacote completo ou não.

A análise tem que abranger a forma que seu parceiro se relaciona com a “ex”, o tempo em que estão separados, quantos anos tem o(s) enteado(s), como a família dele reagiu a separação, se os enteados são resistentes ou não ... e por aí vai.

Por que eu falo que temos que analisar tudo isso? Porque esses são os fatores que vão fazer parte da nossa vida se aceitarmos nos relacionar com esse homem.

Quando nos deparamos com a situação de uma “ex” resistente a nossa presença temos que pensar duas coisas, se o final do relacionamento deles é recente ou se seu parceiro sofre alienação parental. Em ambas as situações, quanto mais suave e delicada for suas reações melhor para você.

 No caso de um termino recente, é importante entender e respeitar que eles, seu parceiro e a “ex”, estão passando por um momento delicado, onde os sentimentos ainda não amadureceram, estão vivendo uma espécie de luto pelo termino da relação. Temos que ter claro que esses sentimentos não têm nada a ver com a gente, é um processo que seu parceiro precisa viver não leve para o lado pessoal.

Falo por experiência própria. Quando comecei a namorar meu marido foi pouco tempo depois da separação dele e tive com conviver com dois sentimentos conflitantes, a alegria de estar apaixonada e ser correspondida e a impotência diante do luto que ele vivia com o final do casamento.

Quem já rompeu um casamento sabe do que estou falando, são muitas feridas, sentimentos muito complicados e quem está convivendo com uma pessoa que passa por essa turbulência emocional tem que estar preparada para respeitar esse momento com resignação, entender que não faz parte desse processo e não tumultuar o que provavelmente ainda está tumultuado.

Paralelo a isso acontece a aproximação com o(a) enteado(a) que não tem culpa do término da relação de seus pais. Na realidade esse processo de começar a namorar alguém que está recém separado implica em conquistar, lentamente e sem pressa, três espaços: o seu espaço na vida do seu companheiro, o espaço na vida do seu enteado e o espaço que existirá entre você e a mãe do seu enteado. São três processos diferentes que acontecem separadamente, mas, possivelmente, ao mesmo tempo.

Quando a mãe de um enteado é resistente a nossa presença e faz questão de deixar isso claro é porque ela ainda tem muita dificuldade em lidar com essa nova realidade e cabe a nós, que escolhemos entrar nessa realidade, nos adaptar a ela da forma mais respeitosa possível. Não entre em confronto, por mais difícil que seja, não discuta, não fale mal dela para seu parceiro (ele já tem as considerações dele), não fale mal da mãe do seu enteado para ele, não responda posts / mensagens / whatsapp ... neste tipo de situação o silencio é o seu melhor amigo.

Dê tempo ao tempo e assim a poeira vai baixando, os espaços vão se definindo e as coisas vão encontrando seus lugares ... e quando você se der conta o turbilhão passou.

Beijos e até o próximo post.